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Blog do Amilcar

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Intercâmbio Italia - 2008

Dramas de uma pequena burguesa

Intercâmbio sem bolsa complementar e sem muito dinheiro na caixinha me permitiu alguns riscos e divertimentos...

Era de manhãzinha quando o avião decolou com destino a cidade de São Paulo. Esta era apenas a primeira parte da viagem. Eu gosto de passear em aeroportos, apesar de tudo ali tender a ser mais caro que o normal. Gosto de olhar para os rostos de desconhecidos e tentar descobrir um pouco do outro, ainda que o que eu descubra seja apenas através de uma ótica subjetiva. Carregava comigo apenas alguns pequenos livros de capa dura, os quais seriam usados para registros do que passaria ao longo da minha estada em Bologna. Não os usei. A viagem de tantas horas sentada em uma poltrona de classe econômica não me parecia muito divertida, sobretudo porque não consigo dormir quando não sinto que estou em terra. Deliciei- me com o cardápio francês e um cabernet à disposição dos passageiros e passei horas escutando musicas e fingindo jogar xadrez. Às vezes tentava falar francês com as comissárias de bordo. Não conseguia dormir, já esperado. No dia seguinte logo ao amanhecer avistei os Alpes suíços cobertos por camadas finas de neve, me animei. Estava chegando ao destino. Bologna. Dentro de mim a saudade dos amigos e uma enorme vontade de desbravar aquele mundo que estava por me pertencer a poucos metros do chão. Um vento gelado bateu contra meu rosto e lembrei-me de procurar um casaco que havia escolhido para usar na chegada.


Dividir um quarto não é um dos meus dons, mas para o momento era o que tinha. No quarto ao lado morava uma marroquina, ainda com seus vintes e poucos anos, um pouco mais velha do que eu. Eu tinha uma enorme vontade de que as coisas dessem certo e pensava que iria gostar muito de viver ali. Um inverno frio, sem ventos, e o dia acabava por voltas das 16 horas. Milão foi a primeira cidade italiana que conheci. Não é maravilhosa e também não é feia, tive impacto com o Duomo, a Chiesa é realmente belíssima e monstruosa. No metrô um grupo de ciganos tocava uma bela musica, mas ninguém lhes dava atenção. Eu fiquei com vontade de dançar naquele momento. Queria logo que as aulas começassem para conhecer pessoas novas e ter alguma atividade ao longo do dia. Corrida atrás de empregos e um ânsia de que as coisas acontecessem rapidamente para mim. Estar em um local ainda estranho e dividindo o quarto com outra pessoa me desesperava, não desejava ficar em casa porque ali não era meu canto, gostava de perambular pelas ruas frias e escuras da cidade tentando decifrar aquele mundo que estava conhecendo pouco a pouco.


Manuel foi a primeira amizade que fiz, um jovem de Liechestein, nunca soube pronunciar corretamente o nome deste pais entre a Áustria e a Suíça e com apenas 160 km2. Ele me pareceu, ao primeiro momento, um garoto estranho, falava como se fosse um robô, o que era muito engraçado e me fazia rir. Fomos bons amigos durante alguns meses, até o pequeno príncipe voltar para casa. Refiro-me a ele desta forma porque ele lembrava aquele garotinho de Saint Exupéry por ser loirinho e morar em um pais que me parecia caber na palma de minha mão. Sentia uma enorme vontade de vê-lo sempre, mas não estava apaixonada, era apenas uma amizade que ia crescendo e ele me fazia bem. Aos poucos outras pessoas fui conhecendo,e formamos um grupo que saia com freqüência para levar uma vida de estudante Erasmus.


Estava pronta para conhecer o mundo, mas não tinha dinheiro. No momento tive que limitar-me aos porticos bolonheses mas ate então tudo era ainda novo para mim e eu gostava. Desejava ter uma bicicleta. Era uma das coisas que já havia em mente mesmo antes de chegar à cidade. Bologna respirava bicicleta por todo canto, ate que um dia eu comprei uma e sabia que era roubada. Fiquei com medo de usá-la e decidi vendê-la a um amigo chileno, Alekos. Não passou muito tempo quando um amigo de Cesenatico foi a Bologna levando consigo a sua Pirifarina para me dar de presente. A partir daquele dia não a soltei mais, até o dia de ir embora da cidade. Já estou com saudades. Foram cinco meses bicicletando pelo centro e vielas da cidade e me sentia feliz pois ela me dava uma sensação de liberdade e era tão fácil me locomover ali. Eu acostumava voltar para casa às cinco da madrugada e não havia perigo algum,ao menos não sentia. Por sorte nenhum ladrão a levou de mim o maximo que fizeram foi me roubarem o banco em um domingo chuvoso e escuro. Para tudo da-se um jeito. Pedi a alguns conhecidos que me roubassem um banco novinho e macio.


Minha conquilina era marroquina e trabalhava oferecendo serviços sexuais a homens carentes de atenção e “amor”. A principio ela não nos contou nada mas também nem precisava ser clara sobre o que fazia. Durante quatro meses morei ali naquela porta em frente à dela, mas não presenciei muita coisa, sempre passava meus dias correndo de um lado para o outro e deixava na maioria das vezes a casa livre. Três meses depois de ter pousado ali naquela terra foram surgindo algumas oportunidades de trabalho, e eu fui agarrando na medida do possível; de promotora de bares,caixa de pizzaria à garçonete em um café. Não gostei muito de nenhum dos trabalhos. Ser caixa em uma pizzaria, mesmo que bem pequena, me deixava confusa e atrapalhada muitas vezes com as contas matemáticas e eu não sabia dar o troco rapidamente, trabalhar em um café em pé, ainda que 3 horas por dia me cansava e ainda tinha que aturar o chefe albanês que me comia com os olhos. Mas olhando tudo em terceira pessoa, me parece tão divertido, e, de fato, foi.


Queria juntar dinheiro para poder viajar, e queria viajar muito.Pouco tempo depois meus empregos temporários e esporádicos foram sumindo o que não me permitia alcançar meu objetivo de viajar como eu gostaria. Por sorte, um dia ao sair do supermercado e esperando a chuva torrencial amenizar, um senhor puxou conversa comigo, acabei trabalhando em sua empresa de aquecedores para casa. Com este trabalho pude viajar para onde gostaria e não tinha que trabalhar tanto. às vezes continuava panfletando para cafés com umas estudantes francesas e espanholas que conhecia. Era um pouco cansativo mas eu fazia. Às vezes muita cansada, estava lá, panfletando de noite, com chuva e com sono. E minha Pirifarina era a minha maior companheira, não teria feito tudo que fiz se não a tivesse comigo.


As aulas na faculdade de Letras eram muito chatas e cansativas. A faculdade,desorganizada. Os professores davam aulas como reis vomitando teorias em seus microfones e os seus pupilos estudantes calejavam os dedos de tanto escrever. As aulas de teatro eram mais interessantes, sobretudo por causa do professor, que apesar de vomitar teorias também, era charmoso.Um burburinho de que ele havia se separado para ficar com uma de suas alunas estava presente na turma. Ela mais parecia ter saído de um filme dos anos 50 pelo modo com se vestia. Não era bonita, mas tinha seu estilo. Os dois eram um casal interessante. Ele, um senhor de seus cinqüenta e poucos anos, e ela, uma jovem de vinte e poucos anos. Uma combinação perfeita!


O frio era bastante, mas eu adorava. Tinha emagrecido um pouco. As aulas intensivas de italiano eram legais pelo fato das novas amizades que fiz, mas eu queria que acabassem para eu poder procurar outras coisas. Bologna centrale era repleta de jovens fumantes e de punk a bestia, modalidade de jovens que talvez sua grande maioria se concentra nesta cidade. Eu os refutava porque muitos não tinham educação e tinham um aspecto sujo. Havia conquistado um grupo de amigos e os considerava os melhores amigos que poderia ter feito ali. As nossas noites de quinta feira eram passadas em um barzinho aonde um grupo de músicos tocavam o forro. Sempre ficava cheio e todos gostavam dessa dança brasileira. Eu, que nunca fui a um forro no Brasil, ali se tornou uma rotina das quintas feiras para mim. Era divertido, arriscava uns passos da dança e ate comecei a gostar.


O tempo foi se aquecendo, mas ainda fazia frio. Os dias já não escureciam tão cedo, o que era bem animador. E eu já estava trabalhando um pouco. A noite sempre saia para um canto e sempre chegava a casa por voltas das três ou quatro da madrugada. Era tão fácil. Eu tinha a minha bicicleta e tudo parecia muito acessível para mim. Já não freqüentava mais as lições, as aulas haviam terminado, apenas precisava estudar para as provas, mas isto não tomaria muito do meu tempo.Minha ansiedade me atropelava em alguns contatos e acabei por descartar pessoas facilmente por ter um turbilhão na minha mente. Resolvi mudar de casa quando um senhor de mais ou menos seus 50 anos, conservado, apareceu nu na minha frente me oferecendo 250 euros para uma relação; a minha conquilina insistia comigo de todas as formas e eu sempre relutando.No dia seguinte resolvi mudar de casa. Peguei minhas mochilas e trambolhos e fui. Estava satisfeita com a nova casa. Neste período já estava cansada do centro de Bologna, queria ganhar novos ares então trabalhava para juntar um pouco de grana. Tinha os melhores amigos que podia fazer ali. Todos me chamavam carinhosamente de Robertina, com dificuldade arriscavam um Robertinha. Ao longo destes sete meses muitas pessoas a gente conhece mas simplesmente passam por nos, diante desta correria do dia- a – dia.


Eu não sou muito organizada e tenho a estranha mania de dançar no meu quarto com se estivesse em um palco; desta forma não poderia dividir um quarto com ninguém,ele teria que ser exclusivamente meu. E foi. Por sorte. Julho tinha chegado e a faculdade praticamente já tinha terminado, e agora nada me prendia aquela cidade, mas o fato de querer juntar mais dinheiro me fazia ficar ali. O verão chegou de forma insuportável. Eu já tinha feito uma viagem para Manchester e Pais de Gales e estava de volta a Bologna para ver o que o verão ali me proporcionaria. As praças ficavam sempre cheias e sempre aconteciam eventos em aberto, era o mais legal do verão. Eu não suportava sair de casa durante o dia, então me trancafiava e a noite ia para qualquer canto, normalmente eram nas praças que todos os estudantes se aconchegavam. Eu comecei a engordar um pouco, me mantive bem magra por alguns meses de inverno, e no verão acho que foram os gelati italiani que me deram uns quilinhos a mais. Não sabia ainda qual seria o meu destino, se voltaria para casa ou permanecia ali, mas não em Bologna, em qualquer outro canto. Bologna no final de julho e agosto se torna triste e vazia. Você começa a relembrar os bons tempos de inverno e começa a querer fugir daquele forno. O verão me estressava.


Trento foi minha meu refugio de agosto, uma cidade ao nordeste italiano com aproximadamente 100 mil habitantes. Bonita, organizada mas quando se é jovem estudante e com mil coisas na cabeça se torna uma cidade entediante. Dormia na casa de um amigo brasileiro que ali freqüentava as aulas na faculdade e passávamos o dia pensando o que iríamos fazer para passar o tempo. Ali o calor não era tão insuportável quanto Bologna ou outras cidades mais ao sul, mas ainda tinham dias muito quentes. Desejei comer uma alemã que dormia no quarto ao lado ao nosso. Esperava ansiosa por chegar o dia do meu aniversario em que iria visitar um amigo na Suécia. E la fui eu de Ryanair e mochila nas costas. Ao chegar ao aeroporto peguei carona com uma família ate o local mais próximo da cidade do meu amigo. Tranas é tranqüila, silenciosa, organizada, fria e chuvosa, foi assim que ela se apresentou a mim. Nos divertimos nos dois dias em que fiquei ali. No terceiro dia já preparando-me para voltar à Itália passei por Estocolmo apenas por algumas horas. Ali tive a companhia do meu couch surfing para um café e algumas vistas da cidade. A noite peguei um trem, um ônibus e cheguei ao aeroporto, dormi. No dia seguinte, de manhazinha, peguei meu vôo de volta a Rimini. Tão fácil viajar na Europa.


A Suécia é linda, silenciosa, louca. Passei apenas três dias e não deu para explorar Estocolmo do jeito que gostaria, mas a mistura de café, um francês e algumas horas nesta cidade charmosa já me alimentaram. Londres era a cidade que realmente desejava muito conhecer. E ela estava la, linda, cosmopolita, estrangeira, grande e pequena ao mesmo tempo,chuvosa, organizada, não queria deixá-la, mas não sentia ainda que ali se fazia meu canto. Tinha que voltar ao Brasil para finalizar meus estudos e levar adiante meus projetos. Mas Londres ficava na mente, a sua energia, a sua loucura, o seu café da manhã inglês,Notting Hill chuvosa e vazia, seus bares e boates, os loucos da cidade, os travestis. Todo o mundo vai a Londres a procura de alguma coisa, e certamente acha. Queria ficar mas tinha que voltar, nem a Itália mais me cabia e nenhum outro lugar. Seus museus e parques, sua noite iluminada e cheia de gente nas ruas, sua gente que pertence a todo o canto do mundo, Londres me chamava, me queria, me comia. Mas é uma senhora sofisticada e cara. E eu a devorava, mas ela que me engolia com suas esterlinas e eu submissa. Ela me fantasiava, ela me alimentava, queria ficar e quero voltar. Londres charmosa, idéias vastas, gente de tudo quanto é espécie. Londres me respirava e eu a engolia. Londres das praças e museus, bicicletas, gays, clubbers, artistas anônimos, artistas, pessoas comuns querendo fazer dinheiro e muita gente jovem, com seus sonhos e toda uma vontade de viver. A Londres de todos. Londres pertence a mim, e eu a como. Próximo destino Roma.


Roma estava quente, muito quente. Desci no aeroporto Ciampino sozinha, gostava dessa sensação de poder viajar o mundo, ou pelo menos a Europa, assim, em um instalar de dedos. Sozinha, eu e minha mochila, queria viver em aeroportos, viajando. Era gostoso, mas cansa. No entanto, já sinto saudades. Fui procurar o albergue da juventude que me abrigaria por quatro noites. No caminho conheci um mexicano que morava na França, fomos passear pela cidade, e a cidade pegando fogo. Não sei se realmente estava tão quente assim ou era um pouco da minha ojeriza ao calor que aumentava os graus. Fomos à Piazza Navona, apos nos perdermos em vielas, mas eu precisava dormir e não demorou tanto para irmos embora. A cidade brotava turistas por todos os cantos, pessoas de sobrinha, em grupos de excursões e perambulando sozinhas para descobrirem aquela terra antiga. Eu não acho graça viajar em excursões, prefiro ir sozinha ou com alguns amigos e descobrir a cidade por mim mesma. Viver ali nem que seja por alguns instantes, dias ou horas. Voltamos ao albergue e eu me perdi do meu mais novo amigo, Marlon. Dormi. No dia seguinte encontrei outro grupo de pessoas no albergue e fomos ao Vaticano e acabamos o dia em um Mc Donald's de frente para o Pantheon. A minha cabeça insana estava feliz por uma conversa que tivera com um amigo de Bologna, mas logo no dia seguinte tudo se quebrou, e não entro mais em detalhes. Ultimo dia em Roma e eu estava exausta, a minha voz tinha sumido por completo, não sei como deixara isto acontecer, e um cansaço havia acometido a minha alma, talvez tenha sido o calor. No trem, de volta a Bologna. Despedi-me de um amigo que iria participar de uma conferencia alguns dias depois em Isquia e fui pra “casa” buscar minhas coisas. Bologna estava la, como a fixara em minha mente, estava mais viva com a chegada de novos Erasmus mas ainda sim, quente. Um dia antes de retornar ao Brasil voltei a Verona com uns amigos. Quente, alguns turistas visitavam a casa de Giulietta e posavam para fotos com a diva shakesperiana com as mãos nos seus seios. Eu que havia deixado a maquina em casa devido ao seu estrago, perdi a oportunidade de tirar a foto com as mãos em sua xoxota. Fica para a próxima vez que regressar a Verona. Não havia mais nada para fazer ali, nos despedimos e voltei para Bologna, ainda no pique de sair para dançar com uma amiga na festa dos novos Erasmus. Era meu ultimo dia na Itália e eu só queria dançar para me despedir dali. Eu não queria ninguém, queria apenas dançar e foi em cima da mesa que encontrei meu lugar. Dormi. No dia seguinte tinha que me preparar para voltar para casa. Despedi-me de Cristina, julguei ser capaz de suportar todas minhas tranqueiras carregando nos braços e indo de ônibus, mas vi que não era possível. Tive companhia ate o aeroporto. Ali comecei meu regresso a pátria, e não sabia se desejava voltar para casa ou se queria ficar, mas Bologna já não cabia em mim, acho que vivi tudo o que tinha que ter vivido ali. Sentirei saudades das amizades, mas elas já haviam se diluído com o tempo e ficara apenas as lembranças. Queria ficar viajando pela Europa sem rumo e sem documento, mas viajar cansa. Não queria ficar ali mas não queria perder aquilo que tinha conquistado. Voltei. Cheguei. Foi estranho no inicio, achei Belo Horizonte linda, odiei ter que retornar a Contagem. Voltei com idéias na mente, uma vontade imensa de descobrir praças, museus, ruas, cidades, países, danças, pessoas, idéias, e a “minha cidade” não cabe em mim e eu não pertenço a ela. Voltei com um turbilhão de idéias na mente e com uma terrível dor de dente. Aos 25 anos meu ciso esta me incomodando, talvez eu tome juízo depois disto, mas os 25 estão se tornando uma idade decisiva para mim e eu não quero perder tempo.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

cafepalavreando

Cafepalavreando é um espaço aonde procuro unir duas artes que me consomem, me procuram, me atormentam e fazem parte do meu pacote de vícios humanos. Saborear um bom café é uma arte, acredito, assim como escrever. Ele, descoberto na Arábia por volta do século VI ou III D.C, enfim, datas precisas não são relevantes aqui, deixou certas cabrinhas saltitantes próximas ao seu arbusto e ao longo de sua existência desperta varias almas adormecidas pelo cansaço do dia a dia.Da Arábia para o mundo, o café vem agraciando todos os povos, hoje, com as mais diferentes combinações. Ela,uma senhora ainda mais velha e ao mesmo tempo em que vem sempre se renovando, nos deixa os poderes do conhecimento e da informação.Juntos, parece-me uma combinação perfeita! Passar algumas horas, minutos, instantes dentro de cafés faz bem à alma. Conversar, divagar, questionar, afirmar, duvidar dentro de cafés é uma graça.Procuro espaços que me fazem sentir bem. Um bom café e uma boa companhia, acompanhados de letras saudáveis já faz um bom dia! Cafepalavrear pode apresentar todas as divagações do mundo, todas as duvidas, as magoas, os mau-humores e inquietações, mas tudo com um dose de alegria e um pouco de charme. Entre palavras, um gole de café para não secar a garganta. Palavras molhadas na pequena xícara de café carregam consigo sua energia. Saborear um café é uma arte, saber fazê-lo também. Soltar palavras da boca é uma arte, saber quais usar e de que forma combinar também. O cafepalavreando deve mostrar um pouco de tudo, combinações de diversas palavras e temas e ao querido leitor, sempre que entrar neste espaço, imagine-se em um café qualquer, destes tantos cafés espalhados pelo mundo, imagine-se naquele que lhe agrade mais, imagine-se ali sentado lendo-me e dialogando comigo, as mais variadas divagações que uma mente pode suportar.Nem precisa tomar café se não gostar, mas imagine-se em um espaço-café, algo que agrade a sua mente e vamos nos divertir! Manifesto aqui o carinho por todos que estão acompanhando meu blog e que se interessam por este espaço. Terei o cuidado de sempre vir aqui regar minha plantinha, dividi-las com vocês e passear por espaços alheios, divagando com eles também! Não peço desculpas,mas aqui encontrarão conteúdos angustiantes, eróticos, depressivos, divertidos, tristes, assustadores e ... enfim, assim é a vida, tudo ao mesmo tempo! Caos!
Uma boa noite e que todos tenham sempre um bom café no dia-a-dia!



domingo, 7 de dezembro de 2008

divagacoes do ano passado

Do professor de interpretacao

é fácil a gente se apaixonar por alguém de muita alma... se é que me entende... todo ser humano tem uma, mas tem gente que nem sabe que tem. Tem gente que nem sabe o que é. Não lhe é palpável. É abstrata demais para existir. Eu vivo à flor da pele, sou emocionalmente um ser desequilibrado, e preciso controlar as minhas paixões. Se te gosto não sei te ter, porque o sentimento se torna maior que a minha pessoa. É como se um bichinho gritasse dentro de mim e me dissesse pra fazer algo, e sempre acho que faço o algo que não deveria ser feito. Não sou louca, nem santa, sou só humanamente mulher, com suas histerias, gritos entalados na garganta, com suas asas de borboleta que ainda está se fazendo. Um ser caótico, sim. Não tenho vergonha de assumir isto. Gostaria de acolher todas as pessoas que gosto de uma vez só. Queria ter braços suficientes para abraça-las todas em um só abraço, e depois, deixá-las partir, mas com a certeza de que um dia irão voltar. Nossa alma precisa amar e saber receber amor.

Espaco publico, inquietacao

zona boêmia de Belo Horizonte. Uma hora qualquer da madrugada. Fechando os bares da cidade e vendo a noite passar. Entre amigos, conversas bobas e interessantes. Trocando idéias em miúdos espaços de tempo. Entre goles e canções... é porque o centro me proporciona uma energia caótica, que já trago dentro de mim, e vou respirando o mau cheiro da cidade, e olhando seus cidadãos atravessando as ruas, cada um carregando consigo seu modo peculiar de caminhar. Uma batida de carro, curiosos correm para olhar. Traseuntes que passam sem olhar pro lado., presos em seu mundo singular, olhares que são trocados entre desconhecidos. Sorrisos e gargalhadas, das paixões mau resolvidas tem-se o aconchego dos amigos e mais nada. Cantando Elis Regina, entre conversas tolas e inteligentes, de gente que sabe, que se entende e se desentende, de gente que se descobre, de gente que se reune pelo prazer de compartilhar uma boa boemia

Amar, interpretacao

Por que amar é difícil e se deixar amar por outra pessoa é um exercício de generosidade
Por que a gente vive pra amar mas nem todas as pessoas encontram o amor em vida; às vezes ele passa despercebido, pois ainda não estamos pronto pra ele, outras ele vem mascarado e é difícil arrancar as máscaras neste mundo feito de imagens e ilusão.
Por que amar dói, mas é também muito bom.
E bom também quando descobrimos que há várias formas de amor, e que ele é ilimitado. O difícil agora são os desencontros; nem sempre o outro nos ama da mesma forma que nós o amamos, mas isto não quer dizer também que não somos amados, mas apenas que o amor está em outro lugar, diferente do lugar que você o projeta. Por que amar é um bicho de sete cabeças e é também a coisa mais simples do mundo.
Por que o mundo é muito louco e apressado e as pessoas não se dão o tempo para amar. Por que amar é um exercício de paciência, é um reconhecer-se no outro e para o outro sem delimitá-lo ou sobrecarregá-lo de você. Por que não estamos acostumados a esperar e já queremos tudo pronto em 3 minutos, por que somos carentes de afeto, carentes de atenção e queremos sempre o melhor pra gente, no conforto de que as coisas cheguem até nós sem nenhum processo doloroso. E nos perguntamos por quê deste turbilhão na Terra? Por quê destes tamanhos desencontros entre as pessoas. Talvez estejamos passando por uma fase de transição muito forte, o que nos causa angústia, dúvidas e vulnerabilidade. Talvez não. É, de fato! Enquanto esperamos respostas definitivas caminhamos com nossos passos apressados e inseguros, à procura...
Á procura de diversão, de apenas prazeres fúteis, alegrias efêmeras, ou de algo mais sólido. Á procura de pais, de professores, de amigos e irmãos, alguém que lhe estenda a mão e o leve junto, alguém que você possa olhar nos olhos e sentir confiança, alguém que lhe faz críticas não por inveja, mas por querer-lhe bem, alguém que goste do ser humano que você é e não da imagem que você apresenta, à procura de amores e amantes, à procura da vida e à espera da morte. Por que sempre estamos à procura de algo.